Com o fim da pandemia e o retorno às atividades, um novo problema tem chamado a atenção: a depressão infantil.
Atenta ao aumento de casos, a Sociedade de Pediatria de São Paulo (SPSB) criou a campanha Maio Amarelo – Depressão entre crianças e adolescentes: pare, observe, acolha.
A iniciativa tem como objetivo oferecer àqueles que lidam diretamente com a formação e os cuidados de crianças e adolescentes informações sobre os sinais, riscos, prevenção e tratamento da doença.
A campanha também compartilha os meios necessários para acolhimento de quem está enfrentando a depressão infantil.
Mas por que é necessária uma campanha para conscientizar sobre o tema?
Um estudo conduzido pela Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo concluiu que uma em cada quatro crianças e adolescentes apresentou ansiedade e depressão em níveis que exigiram intervenção de especialistas durante o período restritivo.
Segundo Guilherme Polanczyk, psiquiatra e coordenador da pesquisa, a pandemia agravou e acentuou transtornos mentais em indivíduos já suscetíveis.
Para a Dra. Aline Diniz, neuropsicóloga do Instituto do Cérebro e Coluna (ICC Guarulhos), as pessoas estão acostumadas a ver casos de jovens, adultos e idosos com depressão, mas quase nada sobre crianças.
Para ela, as dificuldades na identificação acontecem, em parte, porque quando a criança está em desenvolvimento, certas atitudes e comportamentos são tratados como parte do processo.
“As crianças normalmente se mantêm em silêncio sobre o que estão sentindo. Isso porque elas não têm o mesmo entendimento que um adulto possui sobre seus pensamentos e emoções. A responsabilidade, então, recai sobre os pais”, complementa.
Sinais da depressão infantil
Diferente dos adultos, as crianças não nomeiam sentimentos, passando a somatizar o transtorno.
Com isso, reclamações sobre dores pelo corpo, cansaço ou perda de energia são frequentes.
Os principais sintomas são: dificuldades de concentração, memória ou raciocínio, angústia, agressividade e falta de apetite.
Insônia ou sono excessivo, desatenção em tudo que tenta fazer e dificuldades em se afastar da mãe também podem ser sinais de depressão infantil.
A neuropsicóloga do ICC Guarulhos ressalta que a depressão costuma se manifestar após situações traumáticas, como separação dos pais, mudança de colégio, morte de uma pessoa querida ou animal de estimação.
É possível prevenir a depressão infantil?
A Dra. Aline Diniz destaca que, embora na idade pré-escolar a ocorrência seja menor do que na fase próxima da adolescência, vale ficar de olho para prevenir o desenvolvimento da doença no futuro.
Nesse sentido, os pais e a escola possuem papel primordial. “Os pais devem buscar satisfazer as necessidades básicas dos filhos, como amor, carinho e apoio”, destaca a especialista.
Já a escola deve contribuir oferecendo um ambiente adequado às experiências da primeira infância, como contato com a música, artes e natureza.
Se você desconfia que seu filho apresenta um ou mais sinais de depressão, procure ajuda profissional com um dos especialistas do ICC Guarulhos.
Fonte: Comunica – Assessoria em Comunicação